Quando uma árvore de um imóvel vizinho cai em sua casa ou quintal, o susto costuma vir acompanhado de uma pergunta: Quem deve pagar pelos danos e pela limpeza? A resposta depende de detalhes como a causa da queda e o estado da árvore antes do acidente. Nó Brasilo tema é regulamentado pelo Código Civil e também pelas regulamentações municipais que tratam da responsabilidade por danos entre imóveis.
Quando o vizinho é responsável pela queda da árvore?
A responsabilidade recai sobre o proprietário do terreno de origem da árvore se houver negligência comprovada. Isso acontece quando o morador já sabia que a árvore apresentava risco, como tronco oco, galhos secos ou raízes expostas, e mesmo assim não tomou providências. Nestes casos, ele deverá arcar com a remoção, reparos e possíveis danos causados ao vizinho afetado.
Segundo site oficial do JusBrasil, artigo 938 do Código Civil estabelece que o proprietário é responsável pelos danos causados por coisas que caiam de seu patrimônio, se ficar comprovado que houve culpa ou omissão. Portanto, se a queda da árvore foi resultado de falta de manutenção ou descuido, o proprietário deverá ser responsável pelos danos.
E se a árvore cair devido à chuva ou vento forte?
Em situações de força maior, como tempestades, vendavais ou raios, a responsabilidade muda. Se não houvesse negligência e a árvore estivesse são acidente é considerado caso fortuito, cabendo a cada morador cuidar dos danos ao seu patrimônio. Isso inclui limpar e consertar o que foi afetado no quintal, telhado ou parede.
Mesmo nesses casos, vale a pena acionar a Defesa Civil da cidade para fiscalizar o local e garantir que a remoção seja realizada com segurança. Em algumas cidades, o serviço público corta e transporta a árvore quando ela bloqueia estradas, danifica redes elétricas ou representa risco iminente.
Como agir imediatamente após o acidente?
O primeiro passo é garantir a segurança das pessoas e evite aproximar-se de fios elétricos ou estruturas comprometidas. Depois, fotografe tudo: a origem da árvore, os danos e o entorno. Esse registro visual ajuda caso seja necessário acionar o seguro residencial ou comprovar a responsabilidade do vizinho.
Depois, procure conversar com o vizinho de forma amigável. Muitos casos são resolvidos com liquidação direta, principalmente quando o prejuízo é pequeno. Caso haja resistência ou dano significativo, é possível buscar orientação no Procon ou em juizado especial cível.
- Evite tocar na árvore sem autorização da Defesa Civil ou da prefeitura
- Fotografe os danos e mantenha registros da comunicação com o vizinho
- Ative o seguro residencial se o imóvel estiver coberto
Confira o vídeo publicado pelo advogado Vitor Carvalho no seu perfil TikTok @vitorcarvalho.adv aprofundando-se no tema abordado:
E quando a árvore está na parede?
Quando a árvore é plantada exatamente no limite entre os dois terrenos, a responsabilidade geralmente é compartilhado. Isso ocorre porque o tronco pertence a ambos os proprietários e qualquer decisão sobre corte ou poda necessita de consentimento mútuo. Em caso de queda, cada pessoa é responsável pelos danos do seu lado.
O ideal é manter sempre o diálogo e a prevenção. Caso a árvore apresente sinais de risco, a solução mais segura é solicitar avaliação técnica à prefeitura ou órgãos ambientais, evitando que o problema evolua para uma disputa judicial.
Quando a prefeitura pode ajudar na remoção?
Em muitas cidades brasileiras, a retirada de árvores de grande porte, mesmo em propriedades privadas, exige autorização municipal. Quando a queda atinge vias públicas, redes de energia ou acesso de pedestres, a prefeitura costuma enviar equipes da Defesa Civil ou de Parques e Jardins para realizar os trabalhos.
Em casos puramente particulares, como quedas que não causem risco externo, o serviço de corte e limpeza deverá ser contratado pelo próprio morador. Algumas prefeituras, como as de São Paulo, Curitiba e Belo Horizonteoferecem canais online para solicitação de vistorias e retirada de filiais.
Como evitar esse tipo de problema entre vizinhos?
Manter o diálogo e a prevenção é sempre o melhor caminho. Podas regulares, observar sinais de podridão e cuidar da saúde das árvores são medidas simples que evitam acidentes e conflitos.
Quando o quintal possui árvores próximas ao muro, vale avaliar o espaçamento e a profundidade das raízes. Espécies de grande porte, como figueiras e mangueiras, exigem maior distância das construções. Árvores menores, como pitangueiras e jabuticabeiras, são seguras para quintais urbanos e exigem menos manutenção.
- Faça podas preventivas e regulares
- Escolha espécies adequadas para espaços pequenos
- Cadastrar solicitações e fiscalizações na prefeitura
E se o vizinho se recusar a resolver?
Quando o diálogo não é suficiente, o morador prejudicado pode recorrer à Justiça. Em casos simples, o Juizado Especial Cível (pequenas ações) é o caminho mais rápido e não há custo para advogado até determinado valor. Apresentar fotos, mensagens e relatórios da Defesa Civil ajuda a comprovar os fatos e facilita o processo.
Mesmo com amparo legal, a orientação geral é sempre contar com o bom senso. Resolver de forma pacífica e preventiva evita desgastes e preserva a boa convivência entre vizinhos.
Resumindo, Quem deve limpar e reparar os danos depende da causa da queda e do estado da árvore antes do acidente. Se houve negligência, o proprietário do terreno original é responsável. Se foi força maior, cada um cuida do seu lado. O mais importante é agir com segurança, documentar tudo e manter o diálogo aberto, porque, em matéria de vizinhança, a prevenção e o respeito valem mais do que qualquer lei.





