Empresa terá que pagar R$ 3 mil após funcionários zombarem de colega que mancava

Casos de humilhações no ambiente de trabalho por limitações físicas ainda são uma realidade no Brasil. Em situações como essa, a Justiça do Trabalho tem reconhecido que a vítima sofre danos à sua dignidade e integridade emocional, principalmente quando a empresa deixa de agir diante de atitudes desrespeitosas de colegas, razão pela qual a indenização por danos morais funciona como forma de reparação e também como alerta para o cumprimento das normas de proteção ao trabalhador.

Como a humilhação no local de trabalho se manifesta na prática

A humilhação no contexto profissional tende a aparecer de forma repetitiva, por meio de piadas, apelidos, imitações ou comentários sobre características físicas, condições de saúde, idade ou qualquer outro aspecto pessoal. Quando direcionados a pessoas com deficiência ou limitações físicas, esses comportamentos afetam a autoestima, a imagem social e o sentimento de pertencimento do trabalhador.

No caso de funcionários com dificuldades de locomoção, por exemplo, são comuns relatos de colegas imitando o modo de andar, rindo do uso de órteses, bengalas ou próteses, ou fazendo insinuações sobre produtividade. Mesmo disfarçadas de “brincadeira”, essas atitudes constituem desrespeito e, quando frequentes e não coibidas pela gestão, podem ser classificadas como assédio moral.

Créditos: depositphotos.com/AllaSerebrina
Mulher escrevendo e lendo com estátua da Justiça – Créditos: depositphotos.com/AllaSerebrina

Quando a empresa pode ser responsabilizada por danos morais no trabalho

A indenização por danos morais no ambiente de trabalho costuma ser reconhecida quando fica comprovado que a honra, a imagem ou a dignidade do empregado foram violadas e que a empresa não tomou medidas suficientes para prevenir ou estancar o problema. Depoimentos de colegas, mensagens, e-mails, laudos psicológicos e relatos consistentes ajudam a demonstrar a ocorrência e reincidência de infrações.

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No exemplo da trabalhadora manca, o depoimento de uma testemunha confirmou que outros funcionários imitavam seu jeito de andar, na frente de diversas pessoas. A ausência de registros de advertência, treinamento ou qualquer intervenção efetiva por parte da empresa evidenciou a omissão do empregador, levando o Judiciário a responsabilizar o empregador, mesmo que este não tenha cometido diretamente as infrações.

Quais os fundamentos legais para danos morais por humilhação no trabalho

A proteção contra a humilhação e a discriminação no trabalho é respaldada pela Constituição Federal, pelo Código Civil, pelas normas internacionais e pela CLT, além de ampla jurisprudência trabalhista. Estes instrumentos constituem um sistema de proteção da dignidade, especialmente relevante para pessoas com deficiência ou limitações físicas.

Abaixo estão algumas das principais bases legais utilizadas pelas decisões da Justiça do Trabalho em casos de humilhação relacionada à condição física do empregado:

  • Constituição Federal: dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e indenização por danos morais (art. 5º, X);
  • Código Civil: a responsabilidade do empregador pelos atos de seus empregados (art. 932, III);
  • Convenções da OIT: combater a discriminação no emprego, como a Convenção n.º 111;
  • CLT e jurisprudência: reconhecimento do assédio moral e da discriminação como violação da integridade psicológica.
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Como evitar humilhações e assédio moral por condições físicas no trabalho

Prevenir danos morais no ambiente de trabalho exige atuação ativa da empresa na construção de uma cultura de respeito e inclusão. Não basta declarar nas políticas internas que o assédio é proibido: é necessário garantir canais de denúncia eficazes, processos de investigação sérios e consequências claras para condutas discriminatórias.

Medidas como código de conduta, treinamentos periódicos sobre assédio e inclusão, canais de denúncia confidenciais, resposta rápida a incidentes e apoio psicológico às vítimas reduzem a recorrência de episódios de zombaria. A postura da gestão é decisiva: a omissão é interpretada como tolerância e aumenta a responsabilidade da empresa, enquanto a intervenção firme fortalece um ambiente saudável e respeitoso para todos.

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